Uma superbactéria foi descoberta recentemente e está afetando produção de tilápias no Brasil. Pesquisadora da UNESP identificou doença tipicamente humana durante seu trabalho de mestrado.
Com a superbactéria identificada, a pesquisa foi ampliada para determinar os possíveis problemas que ela pode causar e avaliar tratamentos para evitar a disseminação para outros peixes.
A descoberta foi feita pela engenheira de pesca Daiane Vaneci da Silva, graduada pela Universidade Federal Rural de Pernambuco e mestre em Aquicultura pelo Centro de Aquicultura da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. A superbactéria identificada foi a Klebsiella pneumoniae (K. pneumoniae).

A pesquisa originalmente tinha o objetivo de identificar os patógenos que estavam causando uma doença em tilápias em sistemas de produção intensiva. Inicialmente, a equipe suspeitou de uma bactéria comum e altamente virulenta, a Francisella sp. No entanto, as análises iniciais revelaram que a bactéria responsável era a K. pneumoniae.
Descoberta surpreendente
Segunda pesquisadora, esta descoberta é surpreendente e preocupante, pois essa espécie de bactéria é comumente associada a infecções humanas, especialmente em pacientes hospitalizados. A superbactéria pode causar vários tipos de infecções, incluindo infecções urinárias, infecções hospitalares, septicemia e pneumonias. Além disso, a bactéria é difícil de tratar devido a seus fatores de virulência, capacidade de formar biofilmes e facilidade para desenvolver resistência aos antibióticos.
Com a superbactéria identificada, a pesquisa foi ampliada para determinar os possíveis problemas que ela pode causar e avaliar tratamentos para evitar a disseminação para outros peixes.
A descoberta da superbactéria Klebsiella pneumoniae nos peixes foi realizada pelo Laboratório de Microbiologia e Parasitologia de Organismos Aquáticos do Centro de Aquicultura da Unesp, dirigido pela professora Fabiana Pilarski. O laboratório recebe amostras de peixes de todo o país para análise e monitoramento de possíveis patógenos relacionados à piscicultura. As pesquisas realizadas no laboratório são de extrema importância, pois a aquicultura no Brasil gerou uma receita de R$ 4,7 bilhões em 2021, e a tilápia-do-Nilo foi responsável por mais de 60% da produção nacional de peixes.
A descoberta da bactéria foi feita quando os pesquisadores notaram que, apesar dos sinais clínicos serem semelhantes aos causados por outros patógenos comuns em peixes, a gravidade dos danos nos animais era muito maior. A identificação da K. pneumoniae foi surpreendente, pois ela não é uma bactéria comum em peixes e sua gravidade pode causar danos tanto nos animais quanto em seres humanos.
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